O Alentejo é a maior região agrícola de Portugal, caraterizado por verões quentes e secos e invernos chuvosos e suaves.
Os terrenos alentejanos são regulares e uniformes, com extensas áreas de planícies. As explorações agrícolas desta região são de média a alta dimensão.
Condições edafoclimáticas da região Alentejana
- Baixo risco de ocorrência de geadas;
- Possibilidade de regadio;
- Horas de frio entre 500 a 750h;
- Precipitação anual na ordem dos 500mm (2012-2019);
- Precipitação concentrada nos meses invernais;
- Elevada variabilidade de solos (desde graníticos pouco espessos a xistosos);
- Temperatura média anual de 17ºC;
- Insolação muito elevada (> 3 000 horas anuais).
Figura: Amendoim (esquerda) e Tremoço (direita)
Necessidades das culturas
Amendoim
- Temperatura: 20 a 35ºC;
- Precipitação: 400 a 800 mm;
- Geadas: Sensível;
- Solos: pH neutro, bem drenados e arenosos.
Tremoço
- Temperatura: 10 a 14ºC;
- Necessidades hídricas: 300 a 400mm;
- Geadas: Tolerante;
- Solos: pH neutro, profundo e bem drenado. Evitar solos calcários.
Figura: Amendoim
Figura: Tremoço
Análise SWOT – Amendoim
Forças:
- Cultura altamente mecanizada;
- Poucos problemas fitossanitários;
- Variabilidade da cultura para consumo em fresco e transformação;
- Permite rotação com outras culturas – cultura primavera/verão;
- Capacidade de fixar o azoto atmosférico no solo.
Fraquezas:
- A colheita deve ser realizada em época seca;
- Mínimo 12 hectares para ser rentável em explorações mecanizadas;
- Cultura muito recente em Portugal, há pouca informação sobre o seu cultivo.
Oportunidades:
- Escoamento garantido;
- Procura elevada em mercados asiáticos;
- Aposta de empresas portuguesas no estudo e desenvolvimento da cultura;
- Possibilidade de valorização através da transformação.
Ameaças:
- Chuvas no final do verão – diminuição da rentabilidade;
- Mercados externos (China – maior produtor – e EUA – maior exportador).
Análise SWOT – Tremoço
Forças:
- Variabilidade das espécies para consumo humano, animal ou sideração;
- Totalmente adaptado às condições do território português;
- Capacidade de fixar o azoto atmosférico no solo;
- Permite rotação com outras culturas – cultura outono/inverno;
- Possibilidade de venda em grão, conserva ou farinha;
- 50% mais proteica que a ervilha;
- 80% menos calorias e 60% menos hidratos de carbono do que amêndoa e pistácio, respetivamente.
Fraquezas:
- Exige pré-preparação para consumo humano;
- Elevada quantidade de sal, oriunda da pré-preparação;
- Variedades essencialmente espontâneas, pouco adaptadas à realidade da agricultura portuguesa.
Oportunidades:
- Cultura com interesse renovado;
- Investimento no seu cultivo e melhoria de variedades;
- Aumento da procura de proteína vegetal para consumo humano e animal;
- Cultura melhoradora e versátil que vai de encontro aos novos objetivos da PAC;
- Desenvolvimento de projetos agrícolas para estimular a cultura em Portugal.
Ameaças:
- Atualmente com pouca expressão e aceitabilidade dos produtores;
- Mercados externos (Oceânia – maior produtor);
- Antracnose e infestantes como os principais limitadores da cultura.
Qual destas culturas é mais interessante para si?
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